UNE e UBES - o berço da corrupção

A União Nacional dos Estudantes UNE foi, durante muito tempo, um símbolo da vitalidade que a sociedade civil pode ter em momentos cruciais para a nação. Mas isso é passado.

Infelizmente, a entidade que deveria representar os estudantes brasileiros perdeu o seu caráter pluralista e se transformou em correia de transmissão de um partido político, mais precisamente, do PT. A descarada cooptação da UNE para fins particulares, por si só, fez com que a mesma perdesse a influência que já teve junto aos jovens brasileiros, transformando-a, em tempos normais, em mero aparelho burocrático emissor de carteiras estudantis, e nos períodos eleitorais, em comitê eleitoral dos seus padrinhos.

A prova maior disso foi o anúncio da diretoria executiva da UNE, junto com a UBES, sobre o lançamento de uma sórdida campanha contra o candidato de oposição Geraldo Alckmin. Diante desse fato, nós, representantes das juventudes dos partidos da coligação Por um Brasil Decente, queremos registrar o nosso repúdio contra a postura pelega, oportunista e proselitista dos membros da referida diretoria.

Lembramos que, não por acaso, a UNE recebe volumosa quantia de dinheiro do governo federal. Seria de bom grado, para a preservação das instituições democráticas, que a justiça eleitoral se pronunciasse sobre a intenção da entidade de confeccionar material de campanha contra a candidatura de Alckmin.

A UNE deveria representar o conjunto heterogêneo de todos os estudantes, sejam eles brancos ou negros, homens ou mulheres, sem discriminação de origem e de ideologia, votem eles em quiserem. No entanto, na ânsia de tutelar a vontade alheia, a UNE se presta ao papel de cabo eleitoral de um partido político. Isso também é corrupção. É a corrupção dos valores, da ética, da liberdade de expressão, da própria história da UNE.

Como ficam os milhões de estudantes que votam em Geraldo contra a corrupção sistêmica do governo federal? É honesto disponibilizar recursos provenientes da carteira estudantil para fazer campanha política? O presidente da UNE Gustavo Petta, cujo nome a maioria dos estudantes nem sequer sabe, cita chavões vazios para operar a imoralidade. É direito dele trabalhar para o candidato que bem desejar, desde que se afaste de suas funções na UNE e vá militar no partido de sua preferência, e com recursos outros. Seria honesto. É contra esse pensamento de que vale tudo, de que tudo é permitido aos amigos do poder, que lutamos. Estudantes, votemos contra a decadência da UNE, por um Brasil decente.